Um grupo de bandeirantes, auxiliados por indígenas escravizados, adentrou na Serra do Paranapiacaba, rumo aos leitos do rio Paranapanema.
Serviram-se das lendárias rotas ramificadas do Peabiru para chegar aos pontos mais brilhantes das correntezas, onde o ouro de aluvião fazia réstias, iluminado pelos raios solares que penetravam por entre as copas das centenárias árvores da densa floresta.
Durante a jornada avistaram antas, cobras, sapos coloridos e cogumelos exóticos. A quantidade excessiva de pássaros já era de conhecimento daqueles homens sertanistas, sabendo da facilidade do seu aprisionamento. Daí que levaram engaiolados diversos tipos de aves, maritacas, tucanos, papagaios e jacutingas.
O ponto culminante da viagem pelo Peabiru deu-se na descoberta de pedras preciosas em um rio, que logo batizaram de São José.
As amostras do ouro foram examinadas pelos peritos de Minas Gerais, que ao compararem com o ouro encontrado em Ribeirão do Carmo, foi considerado igual.
Em carta ao Rei de Portugal, datada de 26 de novembro de 1717, escrevia o ouvidor-geral de São Paulo, Raphael Pires Pardinho, dizendo que a 21 do dito mês lhe mandara dar parte Miguel de Barros, morador na vila de Sorocaba, que indo com João Fernandes Tavora às cabeceiras do rio Paranapanema, nelas descobrira algumas faisqueiras de ouro e que a amostra enviada, examinada pelos práticos de Minas Gerais, foi considerada igual ao ouro do Ribeirão do Carmo. E ao Conde de Assumar (governador da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro entre 1717 e 1720), fez o ouvidor-geral idêntica comunicação.
Pesquisa e texto de Rafael Aparecido Ferreira de Almeida
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